Associação Artística e Cultural Mindelact

A que estilo pertenceria Bella Figura se fosse um pedaço de música? Yasmina Reza respondeu assim: “Uma fuga, talvez. O estilo de escrita é contrapontístico. Ouvimos várias vozes a representar em tempos diferentes.” No caso, cinco vozes de outras tantas personagens que vão expondo – em diálogos rápidos e oblíquos – as suas angústias, frivolidades, hipocrisias, cobardias, mentiras. 

Em Achadiço Nuno Cardoso constrói, para si e para o público (desafiado a repartir, à flor da pele, o improviso), um ponto de interrupção onde o sentido desse labor se devolve aplicado à vida. Nesse território de criação, a respiração da memória faz do tempo teatral um labirinto de referências e do corpo do criador/ator um buraco negro que tudo sorve e sintetiza.

Um casal de idosos que vive numa aldeia no interior de Portugal recebe um postal anunciando o nascimento do seu neto. Os dois decidem juntar numa encomenda algumas prendas para enviar para o neto que está no estrangeiro e partem numa longa caminhada. Com o embrulho debaixo do braço e uma doce fúria de viver, eles vão experimentar uma série de pequenas e ternas aventuras, partilhar memórias e até apagar um incêndio. 

Um personagem incomum leva vantagem a cada instante, para transformá-lo num jogo. O seu objetivo é entrar em contato com o público, através da sua loucura e brincar com todos os problemas. Um espetáculo vivo e diferente, que mistura várias técnicas de teatro e circo, como hula hoop, equilíbrio, manuseio de objetos, tendo como base a técnica do palhaço de rua. 

Inspirados no terno francês Naïf, criado para designar arte ingénua e espontânea, a marionetista e multiartista Daiane Baumgartner retrata o quotidiano de uma senhora construindo um ambiente poético e lúdico. Através da mistura de música, bonecos e dança, entra em cena com as alegrias e dores, os anseios e vazios contidos na memória e nas histórias experimentadas por essa velhinha senhora, nos propondo um convite à valorização do nosso dia a dia. Inesquecível. 

Baseada na obra do  Premio Nobel, José Saramago, “As intermitências da Morte”, esta peça  nos leva a refletir sobre o papel da morte na nossas sociedades e como de ruins podemos chegar a ser, tentando tirar proveito até da circunstancia mais dolorosa, como a morte dum ser próximo.

 dança, movimento e musicalidade que se inscrevem sob o desejo de um indivíduo desbravar o que lhe resta da sua herança cultural de origem africana, e o homem pós-moderno europeu-ocidentalizado em que se viu tornar.